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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Prepare seu fígado para o verão!!!!

ELE NÃO FICA DO LADO ESQUERDO DO PEITO, NEM É MOTIVO PARA POESIAS. Aliás, também é esquisito, esponjoso e mexe o tempo todo com lixo. Olhando por esse lado, não há nada de muito especial no fígado. Mas trata-se de um órgão essencial para a vida – sem ele, não sobreviveríamos mais de cinco horas. Ele armazena e processa vitaminas, anula o efeito das drogas, estoca energia, filtra o sangue, produz substâncias que dissolvem a gordura… Mas seus inimigos são tão volumosos (e perigosos) quanto suas habilidades.

“Normalmente, um processo de cirrose só ocorre devido a uma agressão continuada. Mas em alguns casos ele aparece de repente, por um surto de agressão; ou pode ser algo silencioso, sem sintomas”, alerta o especialista em saúde do fígado Raymundo Paraná, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia. Detonar o órgão não é só, portanto, um triste privilégio de quem o maltrata por décadas. Os excessos momentâneos também podem detonar seu órgão. Quer época mais arriscada para isso do que o verão?
A gente sabe que as chances são grandes de, nas próximas semanas, você biritar até enfiar o pé na jaca, afrouxar os limites do cardápio, tomar remédios contra a dor sem controle, fazer sexo sem precaução, beijar várias na balada… Continue nessa toada e você aumenta o risco de desenvolver uma doença hepática, que pode matar. Ou cuide do seu fígado e encare 2013 sem erro!

VOCÊ ABUSA DA CERVEJA
Na medida certa o álcool faz bem ao organismo. Mas na medida errada… Por ser tóxico, ele agride diversos órgãos. Mas é um inimigo implacável mesmo do fígado. Com o excesso no consumo (mais de 40 g por dia – uma garrafa e meia de cerveja ou meia garrafa de vinho), as células hepáticas acumulam gordura e entopem, e o órgão incha. O acúmulo, chamado de esteatose hepática alcoólica, pode evoluir para situações que geram cicatrizes internas e detonam o órgão. “Quanto mais a pessoa bebe, mais o fígado aumenta sua capacidade de metabolismo. Isso aumenta a tolerância ao álcool, mas reduz a eficiência para outras funções”, diz a hepatologista Eloíza Quintela, do Hospital de Transplantes Euryclides Zerbini, em São Paulo.

COMO SE PREVENIR
Para evitar os danos causados pelo álcool, controle o número de copos – não só a longo prazo. Exagerar na dose em períodos curtos (as férias, o Carnaval…) também causa problemas. Se você tiver uma doença hepática sem sintomas, os especialistas dizem que há risco de surto ou de hepatite alcoólica, mal cuja mortalidade é alta (de 20 a 40%). No dia seguinte à balada, coma mais espinafre. Estudo da Universidade da Califórnia (EUA) descobriu que folhas ricas em folato combatem o desenvolvimento de doenças hepáticas ligadas ao abuso do álcool. “O álcool sozinho prejudica a absorção de folato, e uma dieta deficiente nesse nutriente aumenta o risco desses males”, diz Charles Halsted, autor da pesquisa.

VOCÊ APOSENTA OS EXERCÍCIOS
A relação entre a gordura da região abdominal e o risco de doenças cardiovasculares é conhecida. Mas a ciência também afirma que o acúmulo de gordura no abdome já é a segunda causa de males ao fígado. Levantamento da Unifesp constatou que 50% dos adolescentes obesos atendidos pelo Grupo de Estudos da Obesidade (GEO) apresentavam algum grau de esteatose hepática não alcoólica. Outra pesquisa, realizada pela Universidade Duke (EUA), estabeleceu conexão entre o consumo exagerado de carboidratos e a mesma esteatose. “O açúcar em excesso no sangue é convertido em gordura no fígado, onde se acumula e leva ao mal”, explica Eric Westman, autor do estudo. A obesidade também é fator de risco para a resistência à insulina, que pode anteceder a esteatose.

COMO SE PREVENIR
Siga com seu treino. No grupo do estudo da Unifesp, metade dos obesos normalizou os níveis de gordura com o tratamento básico, que envolvia perda de peso e exercícios. “Emagrecer rapidamente pode fazer com que a gordura estocada nas vísceras vá para o fígado, que não consegue sintetizá-la e manda-a para a circulação”, alerta o endocrinologista Lian Tock, autor do estudo. Às vezes, nem a perda de peso é necessária. Pesquisa publicada no periódico Hepatology (EUA) apontou que adultos obesos que adotaram um treino aeróbico reduziram o risco de problemas hepáticos associados ao excesso de gordura, mesmo não tendo começado a emagrecer.

VOCÊ NÃO OLHA PARA O PRATO
Algumas comidas de verão contribuem para detonar seu fígado. O excesso de churrasco, por exemplo. Um estudo publicado no Journal of the National Câncer Institute (EUA) descobriu que quem comia mais carne vermelha tinha um risco 74% maior de câncer hepático – gorduras aumentam a possibilidade em 87%. Hepatites A e E também podem aparecer com frutos do mar, frutas e hortaliças contaminadas. “A cura de ambas é espontânea, mas, se tiver náuseas, vômitos, olhos amarelados e urina escura, procure o médico”, diz o presidente da SBH.

COMO SE PREVENIR
Adaptar seu cardápio e colocar um franguinho na grelha, por exemplo, ajuda: o estudo que apontou o perigo da carne vermelha descobriu que a carne branca reduz em 48% o risco de câncer no fígado. Na sobremesa, vá de chocolate e cafezinho. O primeiro diminui os danos causados à circulação por cicatrizes internas no órgão, segundo pesquisa apresentada no Congresso Internacional de Fígado (2010). E cientistas suecos descobriram que a cafeína de 2 xícaras de café também atenua em 43% o risco de câncer.

VOCÊ ABUSA DE REMÉDIOS
Existe uma droga legal que preocupa: remédios comprados na farmácia e autoprescritos por muita gente – por serem tidos como inocentes. “Medicamentos para micose e pressão, ou à base de ácido acetilsalicílico podem ser fatais para o fígado”, alerta a hepatologista Eloiza Quintela. Doses acima da função terapêutica se tornam tóxicas e destroem as células hepáticas. Os anti-inflamatórios e o paracetamol também fazem mal. Por sorte, a maior parte das lesões promovidas pelo uso de medicamentos é reversível quando o uso deles é interrompido, devido à capacidade de regeneração do fígado.

COMO SE PREVENIR
Troque a hipocondria dos remédios por um checkup de vez em quando. Exames de sangue detectam alterações no fígado, que muitas vezes sofre calado e sem sintomas, pela contagem das enzimas AST e ALT, por exemplo.

VOCÊ SE ENTREGA AO AMOR LIVRE
No calor do verão, é certo que você vai tirar o atraso. (Ok, você está em dia…). Saiba que chegar em várias garotas na balada aumenta o risco de contrair mononucleose, doença transmitida pela saliva que afeta os gânglios linfáticos, e que em 5% dos casos leva a uma hepatite. Na cama, o fígado manda um recado: o vírus da hepatite B é transmitido com facilidade maior que o do HIV, já que ele pode sobreviver em meios líquidos, como a vagina, por até uma semana. Mesmo curada espontaneamente, a coisa não é tão tranquila. “Em 10% das vezes a hepatite B avança sem sintomas, agride o fígado por décadas e leva à cirrose”, diz Raymundo Paraná.

COMO SE PREVENIR
Use camisinha – mas isso você deveria saber desde a adolescência… Quem tem hepatite B precisa dobrar a atenção com os fatores de risco da reportagem. “Álcool, obesidade e sedentarismo podem piorar as lesões desse mal”, diz Eloíza.

Fonte



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